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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Noções de Química e Bioquimica

Terminologia Científica:
Ciência: É o conjunto de atividades que visam observar, experimentar, explicar e relacionar os fenômenos da natureza, criando leis, teorias, e modelos cada vez mais completos, que nos permitam prever e controlar os fenômenos futuros.
Tecnologia: A ciência descobre continuamente novos materiais, transformações fenômenos, etc. A tecnologia procura industrializar as descobertas da ciência, através do conjunto de conhecimento científico que se aplica a um determinado ramo ou atividade.
Química: É a ciência que estuda a matéria, as transformações químicas por ela sofridas e as variações de energia que acompanham essas transformações.
Matéria: É tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço (isto é tem volume). Exemplo: pedra, madeira, água, etc.
Átomos: São partículas extremamente pequenas que formam toda e qualquer matéria. Ver tabela periódica.
Moléculas: É a união de dois ou mais átomos, formando uma infinidade de agrupamentos diferentes.
Exemplo:
H2O (água) = (2 átomos de hidrogênio + 1 átomo de oxigênio),
H2O2 (água oxigenada) = (2 átomos de hidrogênio + 2 átomos de oxigênio).

Íons: É a carga elétrica que átomo ou substancia química carrega ou libera.
O fio de cabelo saudável é carregado eletricamente com cargas positivas e negativas.

Cátions: Carga elétrica positiva (+) ou íons positivos.
Ânions: Carga elétrica negativa (-) ou íons negativos.


Elemento químico e substancia química
Elemento / átomo químico:

São representados na tabela periódica.
Exemplos:
Elemento: Oxigênio (O), Hidrogênio (H), Carbono ©, Nitrogênio (N) etc.

Substâncias químicas:
São a misturas de dois ou mais elementos químicos.
Substancia química: H2O (água), Na OH (Hidróxido de Sódio), NH3 (Amônia), NH4 (Amônio) etc.
No mercado de cosméticos todos os produtos são uma mistura de substâncias químicas.
Salientando também que tudo o que comemos, bebemos, nossa respiração e o nosso metabolismo são reações químicas que ocorrem a todo instante para que a máquina humana esteja em perfeito funcionamento.



TABELA PERIÓDICA

À medida que os cientistas foram desenvolvendo os seus trabalhos e descobrindo novos elementos químicos, foram sentindo necessidade de organizar esses elementos de acordo com as suas características ou propriedades químicas.


Funções Químicas
Observamos na Tabela Periódica, vários elementos (átomos), que quando se agrupam para formar inúmeras substancias.
Função Química é um conjunto de substancias com propriedades químicas semelhantes (denominadas, então, Propriedades Funcionais).
 As Principais que iremos estudar são:
·       Ácidos
·       Bases ou Hidróxidos
·       Sais
·       Óxidos
·       Peróxidos

Definições de Ácidos, segundo Arrhenius.
São substancias que, em solução aquosa, se ionizam produzindo como íon positivo cátion Hidrogênio (H+).
Exemplo: HCI = Ácido Clorídrico
C6H8O7 = Ácido Cítrico

Definições de Base ou Alcalinidade, segundo Arrhenius.
São compostos que, por dissociação iônica, libera como íon negativo apenas o ânion hidróxido (OH-).
Exemplo: Na OH = Hidróxido de Sódio
LiOH = Hidróxido de Lítio
CaOH = Hidróxido de Cálcio
NH4OH = Hidróxido de Amônio
NH3OH = Hidróxido de Amônia

Definições de Sais
São compostos iônicos que possuem, pelo menos, um cátion diferente do H+ e um ânion diferente do H-.

Definições de Óxidos
São compostos binários no qual o Oxigênio é o elemento mais Eletronegativo.

Peróxidos
São Óxidos que reagem com a água ou com ácidos diluídos, produzindo água.
H2O2 = Água Oxigenada

Potencial de Hidrogênio (pH)

Escala que define o grau de acidez e/ou alcalinidade de uma substancia.
                         +                                                                                     -
pH = - Log [H]              pOH = - Log [OH]

1       2       3       4       5       6            7            8       9       10       11       12       13       14      
               Ácido                            [Neutro]                 Base     ou    Alcalino
A fibra do cabelo apresenta um caráter anfotérico, devido aos grupos carboxílicos e aminoácidos das terminações laterais dos Aminoácidos Ácidos e Básicos. Com isto, sua carga superficial pode variar em função do pH do meio.

Defini-se ponto isoelétrico com vapor do pH para aonde uma proteína não migra quando colocada em um campo elétrico. No caso do cabelo, seu ponto isoelétrico esta compreendido no intervalo de 3,7 a 5,5. Isto significa que em valores de pH SUPERIOR a 5,5 haverá domínios de cargas negativas (-) em relação às cargas positivas (+) o que significa alteração no caráter normal do fio de cabelo.


           Ácido [H] +
         Alcalino [OH]-
       Sabor
    Azedo
   (Frutas / Vinagre)
Cáusticos ou adstringente (prende a língua) Leite de magnésio

    Shampoo
Coloração Capilar com ou Sem Amônia

   Condicionadores
Cremes Alisantes/Relaxantes

   Tratamentos
Pó descolorante

   Manutenção
Descolorante Creme

   Finalizadores
Reforçadores de Aclaração

Cabelo = Fibra Acida
Química (todas) = Substancia Alcalina
Neutralização = Retorno do pH á acidez = pH fisiológico = neutralização

HCI   +   NaOH                           NaCI   +   H2O
Ácido + Base           =                   Sal e Água  =  Neutralização   


Proteínas
O nome é derivado do grego protos = primeiro.


As proteínas são macromoléculas orgânicas, solidas e incolores de vital importância aos seres vivos. São constituídas por unidades mais simples que se polimerizam para construir a estrutura mais complexa que existe na célula.


Toda proteína em sua composição possui:

1.    Carbono 50 a 55%
2.    Hidrogênio 6,5 a 7%
3.    Nitrogênio 15 a 17,5%
4.    Oxigênio 19 a 24 %
5.    Enxofre de 0,5 a 2%

Classificação das Proteínas:

a)    Simples: As que sofrem hidrólise fornecem apenas  Aminoácidos.
Exemplos: Clara de ovo, soro sanguíneo, leite, tecidos de plantas, amêndoas, milho, trigo, malte, elastina, colágeno e queratina.

b)   Conjugadas: São proteínas conjugadas com outras substancias que não sejam proteínas ou Aminoácidos.
Exemplos: glicoproteínas, fosfoproteínas, cromoproteínas, lecitoproteínas e lipoproteínas.

c)    Derivadas: São proteínas de grandeza molecular menor que as naturais.
Exemplo: peptídeo

As proteínas participam das mais variadas funções em um organismo vivo: transporte, proteção, catálise, visão, regulação, formação da pele, cabelos, unhas, etc.
No caso das proteínas a unidade mais simples é o Aminoácido (Aa) do qual existem 20 tipos diferentes da natureza.






Todos os aminoácidos possuem o grupo carboxila (COOH) e um grupo Amina (NH2) ligado a um átomo de C.
Como o grupo Amina é básico com carga______________ e o grupo carboxílico é acido com carga ­­­­­­­­­­­­­­­­________________ os aminoácidos são anfotéricos.
Através de ligações peptídicas, os aminoácidos unem-se entre si, formando longas cadeias protéicas. A união se dá entre o grupo amina de um aminoácido como grupo ácido de outro aminoácido, liberando uma molécula de água. Podemos dizer com certeza que nada ocorre em um ser vivo sem a participação das proteínas.                                                                                                                    Os vegetais são capazes de produzir os 20 AA. Para a produção de suas proteínas. As células animais não sintetizam todos, portanto alguns devem ser adquiridos através dos alimentos.                                                                               São chamados de Naturais os Aminoácidos  produzidos por células animais. E os aminoácidos que devem ser ingeridos são chamados de Essenciais
           Aminoácidos Naturais
          Aminoácidos Essenciais
Glicina                                 
Alanina                                 
Serina                                   
Cistéina                                
Tirosina
Acido Aspártico
Acido Glutâmico
Arginina
Histidina                              
 Aspargina                               
Glutamina
 Prolina


Felanina
Valina
Triptofano
Treonina
Lisina
Leucina
Isoleucina
Metionina

As Vitaminas são divididas em dois grupos:
Tipo
Vitamina
Nome
Ação
Ação Cosmética







H
I
D
R
O
S
S
L
Ú
V
E
I
S

B1
Tiamina
Antiberibérica


B2
Riboflavina
Crescimento
Efeito nocivo dos raios UV e formação unha e cabelo

B6
Pirodoxina
Antiacrodínica


B3-pp
Niacina
Antipelagrosa
Forma colágeno e pigmentos da pele e cabelo

B5
Pantenol
Antiinflamatória
Cicatrizante, hidratação natural dos fios, excelente compatibilidade com pele e cabelo.

B8
Biotina
Antidermatítica
Tto Seborréia trata da raiz e quebra dos fios.

C
Acido Ascórbico
Antiescorbútica


P
Rutina
Antifragilidade sanguínea



L
I
P
O
S
S
O
L
Ú
V
E
I
S
A
Retinol
Antixeroftálmica
Descamação no couro cabeludo e normalizadora

D
Calciferol
Anti-raquítica
Aspereza cabelo e pele

E
Tocoferol
Antioxidante
Anti Age e Proteção Solar

K
Filoquinona
Anti-hemorrágica
Dermatologia (anti-olheiras)



Glicídios ou Carboidratos = Açucares
São moléculas orgânicas constituídas por Carbono, Hidrogênio e Oxigênio. São as principais substâncias produzidas nas plantas durante o processo de fotossíntese.
Os carboidratos mais simples são os monossacarídeos. Os oligossacarídeos e os polissacarídeos são moléculas maiores constituídas pela reunião de vários monossacarídeos.
A)   Monossacarídeos:                                                                                                 Glicose (C6H12O6), mais usada pelas células para obtenção de energia. E fabricada pelos vegetais na fotossíntese, abundante nos vegetais, no sangue e no mel.

Frutose: Também tem o papel energético e é largamente encontrada nos frutos e frutas.

Galactose: Com importante papel energético e é largamente encontrada no leite.

Ribose: Importante na reconstituição do RNA  (ácido ribonucléico) e no DNA (ácido desoxirribonucléico).

B)   Oligassarídios: São moléculas constituídas pela reunião de 2 a 10 monossacarídios, como os dissacarídeos, trissacarídeos etc. todos com função energética como exemplo:
Sacarose, Lactose e Maltose.

C)   Polissacarídeos: São Açucares formados por mais de 10 moléculas de monossacarídeos, ás vezes chegando a 30.000, como o glicogênio.

A indústria de cosmética utiliza a Sacarose nos produtos de cuido pessoal com a função de cicatrizante, conservante natural e proteção.

Estrutura Molecular da Haste Capilar

Conhecemos anteriormente varias substancias que fazem parte da complexa estrutura capilar.                                                                                               
Sabemos que os fios de cabelos para emergirem do couro cabeludo e se estenderem ao longo da cabeça uma infinidade de substancias que participam desse ciclo.
Com base na descrição morfológica do cabelo, supõe se que essencialmente suas fibras sejam compostas por proteínas (75 - 85%). Uma seqüência precisa de Aminoácidos (Aa), unidos entre si através de enlaces peptídicos, propicia a formação da cadeia polipeptídica, que a nível macromolecular, constituem as proteínas.                                                                                                                        
As cadeias de queratina orientam-se paralelamente ao eixo longitudinal do fio de cabelo.
A coesão dessas cadeias se faz:
·       Por redes de dissulfetos, ligações salinas, que se estabelecem de uma cadeia de queratina á outra.
·       Por ligações hidrogenas que se estendem entre espirais e entre as cadeias.

Essas pontes e essas ligações também fazem parte da queratina amorfa, porem em maior numero. A ruptura de qualquer dessas forças de ligação provoca uma instabilidade do edifício molecular.

As Pontes de Dissulfetos
São as mais solidas. Verdadeiras características da estrutura queratínica  devido a sua contribuição essencial á solides do cabelo. Elas se estendem entre as cadeias de queratina a cada grupo de quatro espirais aproximadamente, como degraus de uma escada que mantém as duas logarinas laterais.

CH----CH2-----S-----S------CH2----CH

As ligações Salinas
São ligações eletrostáticas que diminuem consideravelmente quando o cabelo esta mergulhado na água. Desaparecem totalmente em meio alcalino. Essas ligações se efetuam entre as cadeias de queratina, aproximadamente a cada grupo de duas espirais. A ruptura das ligações salinas explica o aumento de volume do cabelo em soluções alcalinas.
CH----CH2----CO2----N3H----(CH2)4----CH

 As Ligações Hidrogenas   
Elas podem ser rompidas por moléculas de água que se inserem ao mesmo tempo entre as cadeias de queratina e em seu interior.  
Criam-se entre os átomos de Oxigênio e de Hidrogênio dos agrupamentos CO e NH do encadeamento da queratina.

Microscopia da Pele

                    

FISOLOGIA CAPILAR

Nos seres humanos, pode emergir do couro cabelo entre 100.000 a 150.000 fios de cabelo, cada um formado por um folículo piloso, mas ocasionalmente pode de um único folículo emergir dois fios de cabelos.
Todos os folículos pilosos possuem uma glândula sebácea (gordura), anexa conferindo por isso a denominação de folículos pilo sebáceos.
Esta estrutura que dará origem aos fios de cabelo tem sua formação iniciada a partir da nona e décima segunda de gestação (no ectoderma) finalizando o processo na vigésima segunda semana de gestação.
Durante o desenvolvimento embrionário, o folículo piloso tem seu tamanho aumentado e seu desenvolvimento dá lugar a três estruturas que correspondem ao bulbo piloso, à glândula sebácea, e a glândula sudorípara (liquido / suor).
a zona mais profunda do folículo, o bulbo, rapidamente passara a ser a zona mais volumosa, e nessa posteriormente será inserido o músculo eretor do pelo. A glândula sebácea também tem seu volume aumentado, em conseqüência de estímulos dos hormônios androgênicos maternos, ocorre o aparecimento de vacúolos com gotículas lipídicas. Pode se considerar que a primeira secreção do corpo humano é o material sebáceo.                                                                          
O “esboço” da glândula sudorípara, existente em todos os folículos durante os primeiros meses de vida uterina, cessa seu desenvolvimento e ocorre a evolução durante os últimos meses de gestação, ficando em apenas determinados locais: áxilas, condutor esterno, pálpebras e zona anogenital.      
A fase metágena própria da vida própria da vida fetal dá lugar a uma intensa atividade mitótica e bioquímica que provoca o crescimento e o aparecimento do cabelo. As sucessivas divisões e diferenciações celulares se iniciam no bulbo folicular sob o controle da papila dérmica localizada em seu interior.                      
A morfologia do folículo piloso é complexa, e somente uma pequena parte de seus componentes não são de origem epidérmica.
A papila dérmica possui a forma de uma espiga e é formada por uma massa de fibroblastos (célula jovem), modificados localizados dentro do bulbo folículo.  
Esta papila não apenas controla o ciclo de crescimento capilar, como regula a espessura do fio de cabelo fazendo com que este seja diretamente proporcional ao tamanho da mesma.                                                                       
Está provado que com a eliminação da papila dérmica ocorre a interrupção da proliferação cíclica do cabelo, mas é possível que se forme uma nova papila, e reinicie o ciclo capilar.

Folículo Piloso

Os principais elementos presentes no folículo são:
1.    Papila Dermal: Responsável pelo controle do ciclo folicular.
2.    Bulbo: Local onde o cabelo nasce.
3.    Glândulas Sebáceas: Responsável pela produção de sebo. Substancia que determinara o grau de oleosidade do cabelo, sendo assim o fato do fio de cabelo ser oleoso ou não esta totalmente ligada as glândulas sebáceas e o seu funcionamento. As glândulas estão dentro do couro cabeludo. A liberação do sebo é feita pelo mesmo orifício que sai o fio de cabelo.
4.    Glândulas Sudoríparas: Sua principal função é a produção de liquido.
5.    Músculo Eretor do Pelo: A cada folículo existe um músculo eretor de pelo. Esse músculo é que empurra o sebo para o exterior do couro cabeludo.


O Bulbo é a zona proliferativa dôo folículo e este formado por matriz de células que rodeiam a papila, no total pode-se contar de duas a três camadas de células basais. Estas células são precursoras de todas as células que se deslocam até a superfície da pele. Neste processo não se incluem as células que constituem a bainha externa da raiz do cabelo.                              O bulbo também contém uma quantidade de melanócitos (células dendríticas) que fornecem o pigmento as células do fio de cabelo e que se deslocam á superfície da pele, especialmente as que se transformam em córtex.                                                                                                                      Na zona mais profunda do bulbo todas as células da matriz são iguais, mais em sua zona mais superior se inicia um processo complexo de diferenciações que dará lugar a seis cilindros concêntricos de células: os três que se encontram situados no interior formam o tronco do cabelo e os três localizados na zona mais periférica constituem interna da raiz do cabelo.                                                                                                                       Toda sua estrutura esta rodeada por uma lâmina basal que atua como fronteira com o tecido conjuntivo dérmico e é uma continuação da membrana basal que separa a epiderme da derme.
A lâmina basal da parte central do folículo esta em contato com um anel muito compacto de nervos sensoriais, capazes de envolvê-la externamente, com os axônios rodeados por sua vez, por células de Schwan.                                                                                                                     No exterior do bulbo, e ao redor de todo folículo, normalmente se distribui uma densa trama de fibras de colágeno.

A bainha externa da raiz do cabelo se observa como uma continuidade de epiderme superfície e possui essencialmente na zona do folículo situada acima do conduto sebáceo.
A bainha interna da raiz do cabelo possui três camadas diferenciadas identificadas de dentro para fora como cutícula, chamada de Huxley e camada de Henle.
As células destas três camadas, á medida que se acendem desde a matriz celular que se localiza na zona germinativa do bulbo, sofrem um processo de diferenciação muito importante.
A queratinização se iniciando na camada Henle continua na cutícula e finaliza na camada de Huxley.

Estrutura Morfológica do Cabelo


Tradicionalmente divididos em quatro tipos celulares:
·       Cutícula (suas camadas conferem proteção)
·       Córtex (compreende a maior parte da massa da fibra)
·       Medula (situada no centro da fibra e cuja importância é relativa).
·       CMC (Cemento Intercelular – entre as camadas cuticulares e corticais são separadas pelo Cell Membrane Complex, que tem a função de unir as diferentes estruturas e selamento das camadas cuticulares).

Podemos dizer que o cabelo é uma montagem de:
·       Cutícula formada por capas de células planas que se encaixam entre si.
·       Córtex formado por filamentos imersos em uma matriz de filamentos.
·       CMC que constitui a única fase continua existente no cabelo pelo qual se estabelecem canais de comunicação entre a cutícula e o córtex.

          A Cutícula

No interior do bulbo, se forma a partir de uma única capa de células. Através de mitose de células da matriz, as células da cutícula são inicialmente em forma cubóide, mas conforme vão ascendendo pelo folículo e vão se diferenciando , tornam-se planas convertendo-se em lâminas. Ao mesmo tempo inclina-se para cima e quando chega ao fim da diferenciação estão encaixadas umas as outras como telhas de um telhado, de 20 a 25 camadas, dependendo da textura do fio.
Cada célula cuticular possui cerca de 1 cm de espessura e 45cm  de cumprimento.                                                                                                         Próximo a raiz a estrutura cuticular se mostra com diversas capas que na verdade é uma única capa com células muito compridas com múltiplas superposições das células contiguas.  
       
A cutícula é dividida em 03 partes:

Epicutícula-Externa
Zona amorfa rica em cistina, grande estabilidade bioquímica e satisfatória resistência a agressão física e química.
Exocutícula- Intermediária
Zona amorfa e rica em enxofre, mas carente em estrutura fibrilar.
Endocutícula-Interna
Zona ondulada que une as células contiguas através do CMC, contém polissacarídeos e um baixo conteúdo protéico (não superior a 24%).
·       É a parte externa do fio de cabelo.
·       Protege o fio contra a ação química e física.
·       Quando danificada torna o cabelo sem brilho, difícil de pentear e áspero ao toque.
·       A remoção total da cutícula causa as chamadas “pontas duplas”, com exposição das células corticais (célula do interior do fio).
·       É evidente o trauma na cutícula quando as secagens com aparelhos térmicas visualizam a cor “cinza-claro”.

O Córtex


Encontra-se na parte central do cabelo terminal e possui a estrutura de um cilindro oco. Seu diâmetro é proporcional ao numero de células que se encontra em mitose no bulbo, assim como ao ritmo e sua divisão. O córtex é a zona do cabelo mais diretamente responsável por suas propriedades mecânicas.   
A partir de um nível situado acima do bulbo, as células corticais se alargam ao longo do eixo longitudinal: está transformação finaliza quando a célula alcança sua completa queratinização e morre.
Uma célula cortical é constituída por cerca de 60% de proteína queratínica, com baixo nível de enxofre, tem forma de hélice, e cerca de 40% de uma matriz protéica amorfa rica em enxofre.
O córtex tem resistência moderada quanto aos agentes alcalinos e oxidantes.                                                                                                             Nessa região são encontradas as células de melanócitos de origem a cor dos fios.  
·       Representa 84% da massa do fio de cabelo.
·       Pouco porosa.
·       Região onde se encontra as células de melanócitos (produção de melanina).
·       Responsável pela resistência e elasticidade do fio.

Cell Membrane Complex (CMC) – Cemento Intercelular

Sua estrutura esta formada por: membranas resistentes (1,5%), Cemento intercelular (3,0%), lipídios (1,5%), conferindo um total de 6,0% sobre o peso da fibra.
Formado por lipídios e proteínas, possui conteúdo elevado de lisina que nos permite supor ligações isopeptídicas de acido glutâmica-lisina que poderiam contribuir para sua estabilidade química.
Precisamente o Cemento intercelular é formado por um material protéico que possui capacidade de intumescimento considerável por onde pode ser uma via acessível para qualquer reagente químico. O CMC tem um leque de propriedades e seu comportamento pode ser estrategicamente modificado através de saturação química realizada nos fios de cabelo. O CMC está entre as três camadas cuticulares.

A medula do cabelo humano

Está situada no centro do tronco do cabelo. Sua presença pode ser escassa, intermitente ao longo da fibra de cabelo em algumas ocasiões pode não existir, o que nos faz supor que seu significado funcional não deve ser muito importante. 

Vascularização:


O folículo piloso localizado no couro cabeludo tem sua implantação mais profunda (hipoderme) quando comparado ao folículo piloso que dá origem aos pelos, tendo ligação com a área de vasos responsáveis pela alta nutrição e conteúdo energético transferidas ao folículo, possibilitando um acelerado ritmo da mitose e uma importante atividade de síntese protéica, ambos os processos formando um cabelo saudável e resistente.

Pigmentação do Cabelo


Nos mamíferos a pigmentação dos cabelos e da epiderme é proporcionada pela presença de células dendríticas chamadas de melanócitos que produzem a melanina.
Na epiderme, os melanócitos se encontram situados normalmente no estrato basal, junto aos queratinócitos basais, e no folículo piloso, os melanócitos se acumulam principalmente no bulbo do cabelo (derme) de onde os melanossomas carregados de melanina são transferidos as células mais próximas.
Foram identificados alguns dos fatores que controlam a proliferação e diferenciação dos melanócitos. A cor da pele é em grande parte baseada no número, tamanho e no acondicionamento dos melanócitos no interior de células.
O processo bioquímico pelo qual se desenvolve a pigmentação do cabelo é similar ao que produz a pigmentação da pele.
No folículo existe uma unidade folicular, que possui uma semelhança com a unidade melânica epidérmica, por tanto, na pele existe dois compartimentos melânicos: um epidérmico e outro folicular.
Os primeiros passos que conduzem á síntese de melanina estão induzidos pela atividade multifuncional da tirosinase (enzima).
Considera-se que na pigmentação do cabelo apresentem-se três tipos de melanina produzida pelas células melanócitos.
- Eumelanina, em geral mais abundante, cuja sua cor oscila entre o marrom e o preto, esta se caracteriza pela presença Nitrogênio.
-Feomelanina, em geral menos abundante, cuja sua cor oscila entre o amarelo e o vermelho, esta se caracteriza pela presença de enxofre.
-Tricossiderina constitui uma variedade de pigmento feomelanina, caracterizado pela presença de cromóforo 1,4 benzotiazina. O que caracteriza a cor ruiva.     

Comportamento Químico do Cabelo
Estequiometria da fibra queratínica do cabelo

Cutícula – representa 10%
Córtex – representa 84%
CMC – representa 6%

Modificações Químicas do Cabelo.

Qualquer tipo de ação química que atua sobre a proteína queratínica será nocivo à estrutura do cabelo em maior ou menor medida.
Um tratamento ácido (peróxido de hidrogênio) ocasiona, fundamentalmente, a ruptura de ligações peptídicas aparecendo novos grupos carboxilato e amínico, o qual modificará o ponto isoelétrico do fio e fragilidade do córtex.
Tanto os tratamentos alcalinos, como os redutores e oxidantes incidem no desequilíbrio das ligações transversais mais importantes do cabelo: as pontes dissulfídicas e as terminações de cistina.
Mediante a um tratamento redutor formam-se terminações de cisteína e, com um tratamento alcalino, formam-se ligações transversais conhecidas como lationina e lisonoalanina.
Os tratamentos oxidantes do cabelo podem chegar, em caso extremo, a formação de terminações de ácido cisteínico aumentando o caráter eletronegativo do cabelo.
Apesar de estes tratamentos incidirem no cabelo a cutícula e suas 03 camadas sofrem os efeitos negativos em maior media. Os tratamentos descritos alteram negativamente a pequena porção lipídica (ressecamento), CMC (levantamento da cutícula), córtex (fragilidade mecânica e elastina entre outros danos.
A indústria cosmética atua  fortemente em desenvolvimento e fabricação de produtos de tratamentos (reconstrução) que minimizem esses danos.

Ciclo de Crescimento do Fio de Cabelo
      

O crescimento do cabelo dentro do folículo NÃO ocorre de forma contínua e ininterrupta, mas SIM cumprindo ciclos: periodicamente cessa sua atividade proliferativa que depois é retomada. O período de tempo para que um ciclo ocorra é variável, mas em geral dentro da normalidade: 3 a 7 para os cabelos do couro cabeludo, mas sempre é muito mais curto para as sobrancelhas e pelo axilar. Cada ciclo capilar possui 03 fases denominadas:
Anagênica: corresponde à fase ativa, ciclo onde a atividade mitótica está em plena atividade. Por isso, é normal que o cabelo cresça a um ritmo de 1 centímetro por mês.  
O período anagênico de um couro cabeludo normal se prolonga, geralmente, a um período de 3-4 anos, ainda que uma duração de até 7 anos não seja considerada normal.

Catagênica: é a fase de regressão do folículo que se inicia quando cessa a fase Anagênica. A ausência de mitose impede o movimento ascendente (de saída) do cabelo, e dá lugar ao inicio de um processo de queratinização na base do cabelo. Esse processo tem duração de 3-4 semanas e durante o mesmo, as células da matriz se retraem e iniciam um processo de involução de quase todo o folículo.

Telogênica: a fase de repouso cuja duração oscila entre 3-4 meses, durante o qual o folículo possui menos que a metade de tamanho atingido durante a fase anagênica. Fase onde há grande perca de fios, essa descarga que pode ser grande é considerada normal para revitalização mitótica para a chegada de fios novos.
O couro cabeludo de uma pessoa normal e adulta possui cerca de 90% de folículos em fase anagênica, e quase todo o restante em fase Telogênica. O numero de folículos catagênos é menor que 1% do total.
Em cada folículo este ciclo se repete até 20 vezes.

Tipos e Formas do Fio de Cabelo
O tipo de cabelo (liso, ondulado, crespo ou crespíssimo) bem como a forma (circular, elíptica ou oval) é definido geneticamente e variam de acordo com a raça ou a miscigenação.

O cabelo Mongolóide          
Termo utilizado devido á região da Asiática (Mongólia), onde o fio de cabelo é liso em 100%. O fio de cabelo mongolóide não possui ondas ou cachos.
A proteína natural expelida pelo couro cabeludo consegue percorrer toda a extensão dos fios (raiz até as pontas).
É o tipo de fio mais saudável seguindo a própria característica natural. Possui uma cutícula espessa sendo amplamente caracterizado como um fio de textura grossa. São os mais resistentes, porém rebeldes aos trabalhos químicos.

O Cabelo Caucasóide:
Termo utilizado devido à região entre a Europa Oriental e a Ásia Ocidental.
Comumente explorada para cabelos de raiz lisa e comprimento e pontas com maior presença de ondulação ou volume.
 O cabelo caucasiano geralmente possui a raiz e o comprimento e as pontas secas essa variação e devido o grau de ondulação que o fio possa apresentar. Quanto maior for à ondulação maior será a dificuldade da proteína natural casada com o sebo de percorrer toda extensão do fio. São fios menos resistentes que os mongolóides.

O Cabelo Negróide:
Termo usado devido à região da África.
O cabelo negróide é todo aquele que possui ondas ou cachos de raiz até pontas.
Geralmente o couro cabeludo é oleoso, porem, comprimento e pontas são extremamente secos.
O fio negróide pode ser classificado como: crespo, muito crespo e crespíssimo (raça negra).
Especialmente na raça negra podemos encontrar ao longo do mesmo fio diferenciações quanto a sua textura (fina, media ou grossa).

Diferenças Estruturais do Cabelo


Morfologia
 Estrutura Química
Todos os tipos de cabelos são muito semelhantes. Quimicamente falando, o conteúdo de aminoácidos é quase o mesmo, mas a distribuição de aminoácidos que possuem átomos de enxofre é diferente.
No cabelo ondulado ou muito ondulado, ocorre uma distribuição das pontes de dissulfetos, que prevalecem em um dos lados da fibra do cabelo.
No cabelo oriental em análise microscópica, observamos um formato redondo e simétrico, já no tipo caucasiano observamos um formato elíptico e no negróide temos um formato elíptico e achatado.
Comparando o formato do folículo piloso, do tipo negróide ele se encontra curvado, o que não ocorre nos demais tipos e este conjunto de fatores é o que promove a aparência “carapinha”.
Outras diferenças das fibras de cabelos Negróide é que esses possuem uma variação grande de diâmetro ao longo da fibra, e o conteúdo de água na fibra é um pouco menor quando comparados ao da raça branca.
Propriedades e Características Físicas do Cabelo
1.    Resistência:
A resistência do fio é um fator de estrema importância para avaliarmos a condição em que o fio se encontra. Quanto maior for o dano ocasionado por processos químicos ou ate mesmo à falta de tratamento a resistência será afetada. O dano ocasionado esta diretamente ligada ao córtex do fio.
Para avaliarmos a condição de resistência do fio e normal realizar teste com uma pequena mecha molhada com água. A mecha molhada devera ser “esticada” cerca de 20% do seu tamanho original e não ficar com aparência “borracha”.
Todo cabelo que estiver com a resistência comprometida devera ser suspensa a utilização de processos alcalinos bem como oxidantes para serem aplicados tratamentos reconstrutores a frio.
2.    Porosidade:
È a capacidade que o fio tem de absorver líquido. O cabelo que retém a maior quantidade de líquido é considerado o mais poroso do que aquele que absorve menos.
Fios quimicamente danificados são considerados hidrófilos ou porosos, e, portanto, estaria mais propenso a captar umidade e reter água do que cabelos não tratados quimicamente.
A captação de água ou intumescimento (inchaço) dos cabelos está diretamente ligada ao estado do fio quanto a sua resistência.

3.    Elasticidade:
A elasticidade é a capacidade do fio esticado seu tamanho original sem se partir.
Quando o fio está danificado e as camadas cuticulares sensibilizadas o ressecamento é aumentado e a elasticidade ficará totalmente comprometida.

4.    Higroscópico:
Quando o cabelo absorve a umidade do ambiente, prejudicando assim, a durabilidade de um penteado.

5.    Textura do Fio de Cabelo:
A classificação quanto à textura implica na utilização e produtos químicos (permanentes e cremes relaxantes) se apresenta, em versões tipos (suave, regular ou super), essas forças ou concentrações estão ligadas as quantidades de ativo (matéria prima) que irá transformar a fibra capilar.

Visando a saúde, o não comprometimento da região do córtex (resistência/elasticidade) e que devemos seguir a tabela a baixo;

Textura do fio

Força suave
Força Regular
Força Super
Tipo de concentração de produto químico
1. Fino
X


2. Misto Fino-Médio

X

3. Médio

X

4. Médio-Grosso


X
5. Grosso


X
O cabelo mongolóide geralmente apresenta textura Grossa.
O cabelo caucasiano pode se apresentar com textura variando de 1 á 5.
O cabelo negróide também pode se apresentar com texturas de 1 á 5.

Em todos os processos de transformação seja permanente ou relaxamento-alisamento, é de grande importância, que o técnico e os clientes (cabeleireiros) SIGAM CORRETAMENTE as instruções do fabricante-fornecedor do produto.

Informações essas como: modo de uso, etapas do processo e diagnósticos do fio são importantes e necessárias para que se obtenha um bom resultado no tratamento e, principalmente, para evitar maiores danos


Agora veremos na pratica como se analisa a textura, resistência, elasticidade, porosidade e densidade dos fios.



Ficha de diagnostico do cabelo:


Local:                                                                     Data:
Técnico responsável:                                            Auxiliar Avaliador:    
A)    Dados pessoais:
1.    Nome Completo:
2.    Endereço Completo:                                              
3.    Telefone:                                                          Idade:
B)    Modelo selecionada para técnica de:
(   ) Coloração       (   ) Mechas         (   ) Relaxamento    (    ) Alisamento
(   ) Tratamento    (   ) Outros:
C)    Histórico Capilar:
1.    Cabelo: (   ) Seco  (   ) Oleoso  (   ) Misto – Raiz Oleosa e Pontas Secas
2.    Tipo de Cabelo: (   ) Negróide  (   ) Caucasóide  (   ) Mongolóide
3.    Textura de Fio: (   )Fino (   )Fino-Médio (   )Médio (   )Médio-Grosso (   )Grosso
4.    Couro Cabeludo: (   )Saudável  (   )Com patologias. Quais:
D)   Histórico Químico:
1.    Ultima Coloração:                                                     Marca:
2.    Ultima Descoloração:                                               Marca:
3.    Ultimo Relaxamento:                                                Marca:
4.    Ultimo Tratamento:                                                  Marca:
5.    Freqüência de Lavagens por semana:
6.    Shampoo/Condicionador:                                       Marca:
7.    Manutenção sem enxágüe de uso diário:
8.    Freqüência de escova:                                     Modeladores térmicos:
9.    Tranças:                                                              Alongamentos:
E)    Histórico Médico e/ou Restrições:

F)    Teste mecha:
Condição Fibra
Resistência
Elasticidade
Porosidade
Natural
Química
Natural
Química
Natural
Química
Boa






Média






Ruim






Brilho nos Cabelos:

Vamos ao dicionário. O que significa a palavra brilho?

O que o dicionário não nos conta, é que brilho é um dos mais buscados e dos mais sutis benefícios dos produtos para cuidados dos cabelos.
A cutícula é a parte do fio responsável pelo brilho. Em cabelos virgens, estas camadas sobrepostas não estão alteradas e empilham-se bem juntas umas das outras com cerca de 5 a 20 camadas de espessuras. Nessa situação formam uma estrutura bem plana e relativamente refletiva. Mantém-se firmes no lugar por meio de lipídios intercelulares, entre as quais as cerâmidas na qual protegem a superfície dos cabelos contra os danos.
À medida que o cabelo vai envelhecendo, vão sendo expostos os vários efeitos danosos da luz solar, abrasão física, lavagens e secagens e tratamentos químicos. Essas agressões físicas e químicas podem retira gradualmente a proteção natural dos fios de cabelos.
Uma vez que a cutícula não esta mais aderida em seu lugar, as escamas começam a se soltar e a se levantar da superfície. Esse processo torna os fios mais irregulares, dando inicio a um circulo inevitável vicioso de danos.
Conforme a cutícula se levanta, nota-se maior dificuldade de penteabilidade resultando assim um cabelo com alta facilidade de embaraçar.

Física X Brilho de Cabelo

Quanto mais regular for o fio de cabelo, melhor será a visualização de seu brilho.
A regularidade de uma superfície ajuda a definir o quão refletivo é o cabelo.

Reflexão Especular
Quando um feixe de luz incide sobre uma superfície perfeitamente lisa, o ângulo de incidência é exatamente igual ao ângulo de reflexão. Esse tipo de reflexão num certo grau ocorre nos fios de cabelos.

Reflexão Difusa
Porem se os cabelos não estiverem lisos como um espelho, eles interagem com a luz de maneira diferente. Uma parte da luz é refletida pelos cabelos num ângulo diferente do ângulo de incidência do feixe luminoso. Uma parte da luz atravessa a cutícula que é transparente e é refletida para trás da parede dos cabelos.

“Numa analise de dispersão da luz, essa reflexão para trás da parede” é melhor visualizada nos cabelos loiros e menor nos cabelos escuros, porque a melanina nos cabelos escuros tende a absorver mais luz.
Para entender a complexidade dos fenômenos ópticos envolvidos no brilho do cabelo, imaginem por mais de 150.000 fios distintos, que podem se movimentar independentemente. A cada movimento do corpo, a cada giro da cabeça, os cabelos geram formatos novos a cada movimento e afetam a continuidade de sua superfície.
Recordando que a cutícula é sempre responsável pelo brilho, devemos sempre utilizar produtos termo-protetor antes do processo de escovação e modelagem.

Nota Importante:
Sempre é bom lembrar que, se a estrutura interna dos fios está comprometida dificilmente á cutícula permanecerá selada. No entanto, será primordial um tratamento profundo (Reconstrução), para que o selamento das camadas cuticulares seja realizado sem a necessidade de excesso de protetores, que, no entanto possuem suas desvantagens como, por exemplo, no caso dos cabelos ficarem “pesados”.
Outro fator importante é a analise do Shampoo escolhido. Ainda existe shampoos que em sua composição possuem substancia como o cloreto de sódio(sal de cozinha) que facilitam a dispersão da luz, traduzindo em efeito de cabelo opaco.
Estudos também comprovam que spray de modelagem também diminui o efeito de brilho nos cabelos devido á resina que possui em sua composição.
A ação química (Alcalinos), bem como a ação de oxidantes (Peróxido), devido ao enfraquecimento da cutícula também interfere na ação do brilho.

Modelagem:  Segurança e proteção durante processos térmicos


A moda de modelar os cabelos com recursos de aparelhos como secador, babyliss, prancha,escova ou chapinhas, tornou-se recursos para modificações temporárias dos fios.
A proteção dos fios da degradação térmica durante exposição ao calor dos equipamentos, onde a temperatura oscila de 115°C a 200°C é comprovada pela redução de Triptofano (Aa).
Qual é o efeito que o calor tem sobre os cabelos?
Na fibra capilar é verificado que existe uma evaporação de água durante o processo de secagem com o secador resultando em mudanças físicas do cabelo. Perda de água, os danos na cutícula, efeitos de escovação, aumentando a dureza da fibra e diminuição da resistência mecânica, são mudanças observadas na fibra capilar enquanto exposta ao calor.
Como o cabelo é exposto a diversas temperaturas, em que o babyliss ou a prancha causam no cabelo mudanças químicas como a decomposição do triptofano, descolorações (amarelamento) da fibra a 150°C e formação de ligações cruzadas de amida em temperaturas acima 160°C.

A temperatura da superfície do cabelo fica torno de 70°C, quando exposto ao secador de (1600W), depois de 3 minutos a uma distancia de 3,5 polegadas enquanto que o secador de cabelo de um cabeleireiro atinge (1800W) atinge a temperatura de 95°C na mesma condições.
Em estudos realizados através de microscopia eletrônica de varredura (SEM)  para analisar a fibra capilar depois da exposição de 7 ciclos dos seguintes tratamentos:
1-   Lavagem e secagem natural
2-   Lavagem e escova com secador a frio
3-   Lavagem e escova com secador a quente
Utilizou-se um secador de cabelo profissional, pois apresenta menor de efeito de variação de temperatura no experimento. Estas mechas de cabelos foram lavadas, com shampoo e submetidas aos tratamentos acima.
Os resultados deste estudo avaliam os efeitos térmicos (através do secador) e mecânicos (através da escova).
1-   Secagem natural. Não houve dano observado na fibra capilar, às camadas cuticulares permanecem intactas.
2-   Secagem com secador a frio e escova. Foi avaliado alteração da cutícula epicuticula. Dano moderado.
3-   Secagem com secador a quente e escova. Foi avaliado (alterações e/ou remoções) nas camadas epicuticula e exocutícula. Dano significativo.
A indústria cosmética se baseia nessas informações para desenvolver produtos que diminuam esses efeitos nocivos a fibra capilar.

Proteção Capilar

A secagem dos fios sempre deverá estar focada com o auxílio de cosméticos que evitam agressão ao fio.
Esses produtos protetores, chamado de termo ativo terão em sua composição substancias como:
ü Silicones (de alto peso molecular)
ü Poliquatérnios (PQs)
O mecanismo de proteção proposto por esses produtos para modelagem térmico-mecânica consiste em fornecer uma barreira revestindo a fibra capilar com um filme que protege o cabelo dos efeitos térmicos do secador e lubrifica o fio para proteger da ação mecânica da escova.
O dano na cutícula da fibra capilar é aumentado significamente durante o processo de secagem, escova e modelagem. Este dano inclui alteração, remoção, deslocamento da cutícula.
Na percepção do cliente esses danos podem ser notados com perda de brilho, aumento de força para pentear, ressecamento, e aumento de quebra dos fios.
É importante salientar que todo processo de secagem, escovação e modelagem sempre será necessário á utilização de produtos cosméticos específicos para esses fins.

Terminologia dos serviços realizados no salão de beleza:
Hidratação Capilar: Serviço realizado para repor e manter a umidade natural dos fios. Geralmente utilizadas em cabelos normais a secos, desvitalizados, sem brilho etc.

Reconstrução Capilar: Serviço utilizado em cabelos sensibilizados, desnutridos, porosos, com comprometimento na resistência elástica e mecânica. Geralmente utilizada em cabelos com coloração, descoloração relaxamento, alisamento etc.

Cauterização Capilar: Serviço utilizado em cabelos secos e sem brilho onde as camadas cuticulares estejam danificadas e porosas. Serviço que “sela” a camada cuticular.

Nutrição Capilar: Serviço utilizado para cabelo quimicamente tratado, desvitalizado comumente utiliza-se reposição de vitaminas e proteínas. É similar à reconstrução capilar:

Coloração Permanente: Serviço utilizado com a finalidade de transformação  de cor e/ou manutenção da cor natural.
O serviço pede uma coloração com amônia/hidróxido de amônio, casada com o peróxido de hidrogênio. Essa mistura confere uma ação oxidante onde a penetração e fixação do pigmento é feita através do arraste do pigmento natural pelo peróxido de hidrogênio (OX) e a abertura das camadas cuticulares pelo aumento do pH é feito pelo ativo (amônia e/ou amônio).

Coloração Semi-Permanente: Serviço utilizado para manutenção da cor natural e/ou cobertura de fios brancos. Essa técnica não tem poder de transformação de cor, apenas repõem pigmentos. É menos agressiva que a coloração permanente, porém, é um serviço químico.
Utiliza como ativos a etanolamina ou etanolamida, derivados da amônia e o peróxido de hidrogênio (emulsão-reveladora) em menor percentual (1,0% a 2,0%), ou seja, de 5 volumes.

Pigmentos Puros: São produtos em formas de creme, carregados com pigmentos, geralmente em cores “fashion” e condicionadores carregados com carga catiônica. Ideal para serviço de mechas. Esse tipo de produto deve ser aplicado em regiões onde os fios foram descoloridos (pó e/ou creme descolorante) com auxilio do peróxido de hidrogênio (9% a 12%), dependendo da cor escolhida como exemplo: prata, o cabelo deve estar totalmente descolorido (sem resíduo) do laranja e do amarelo, da cor natural do fio. O pigmento será depositado puro no fio (sem OX), ele se fixara por ação catiônica, já que o descolorante alterou as camadas cuticulares e deixou a fibra com alto caráter eletronegativo. Muitas empresas oferecem a dica na utilização da cor vermelha como “banho de brilho” em cabelos coloridos em tons 5.66 e 6.66.

Relaxamento: Retirada parcial de ondas e cachos (volume), dos fios de cabelo.
Na técnica do relaxamento há quebra parcial das pontes dissulfetos do fio de cabelo. Serviço que há necessidade de neutralização feita geralmente com: acido cítrico ou peróxido de hidrogênio. O relaxamento pode ser realizado com produtos a base de hidróxidos (Sódio, Cálcio, Magnésio, Lítio etc.) Thioglicolato de amônia e seus derivados.

Alisamento: Retirada total de ondas e cachos (volume) dos fios de cabelos. Na técnica há quebra total das pontes de dissulfetos do fio de cabelo. Serviço que comparado ao relaxamento necessita também de neutralização. Os ativos são os mesmos da técnica do relaxamento.

Diferenças entre a técnica de relaxamento e alisamento

·       Relaxamento permite o cabelo mantenha um percentual de cachos, possibilitando que o cabelo possa se manter ao natural ou escovado.
·       Na técnica de alisar o cabelo deve se manter escovado.
·       Na técnica de relaxamento tempo de enluvamento da fibra varia entre 15 á 35 minutos (tempo médio que varia de marca á marca).
·       Na técnica de alisamento a precisão de enluvamento é maior e, com isso, também variando de marca a marca.
·       Na técnica de alisamento não há possibilidade de retorno de ondas ou cachos, pois onde total quebra das pontes de dissulfetos, a fibra não terá um padrão de cachos.

Fatores negativos que interfem no resultado das técnicas de relaxamento e alisamento:

Falta de diagnostico da fibra capilar que compreende:
·       Falta de conhecimento na avaliação da textura do fio, ou seja, escolha da força indevida com relação à textura.
·       Couro cabeludo com escoriações, o que impossibilita o tempo de pausa (enluvamento) preciso e, conseqüentemente o enxágüe do alisante “antes da hora”.
·       Fibra capilar sem prévio tratamento, e que cabeleireiro opta por uma força mais “suave” para “menor agressão” e a mesma não possui capacidade de quebrar as pontes de dissulfetos.
·       Falta de precisão na aplicação do relaxante. Geralmente o cabeleireiro aplica o produto, mas durante o enluvamento não realiza as revisões com auxilio do pente e/ou mãos, no sentido vertical, horizontal e diagonal.
·       Utilizações de bases como Thioglicolato ou Guanidina em cabelos virgens e caucasianos para o objetivo de alisamento. Essas bases não alisam uma fibra virgem- caucasiano e resistente. Nesse caso, ou melhor, para esses tipos de fios, há a necessidade de utilizar o Hidróxido de Sódio.   
·       Falta de conhecimento de testes para visualização do “momento ideal” para o enxágüe da química.
·       Enxágüe do alisante (qualquer produto alcalino) com água fria. A água fria para remoção dos produtos alcalinos confere uma fibra sem brilho, embaraçada e áspera.
·       E ainda, a má qualidade do produto, que mesmo que o cabeleireiro siga corretamente todos os passos para um excelente trabalho, o produto não responde ás expectativas.
 Isso pode ser relacionado a fatores como:  
Falta de conhecimento para desenvolver a formula, má qualidade na escolha de fornecedores de matérias primas, falta de controle de qualidade fabril entre outras.






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